A rebentar
Mais um pedido de prospeção, também a visar o ouro. Chamaram-lhe “Moura-Ficalho2”. Compromete-se a não fazer trabalhos a menos de 1 km de aglomerados urbanos e rurais – um sossego… para quem?
Quando a empresa se propõe fazer uma “Caracterização sumária da sociedade”, acredite-se, é mesmo… ínfima. Por junto, ficamos a saber que “consiste num grupo de profissionais ligados à prospeção e pesquisa de depósitos minerais com vasta experiência neste ramo”, a gerência é belga e tem por trás uma empresa australiana, respaldada em Hong-Kong. Está feito e mais não é exigido pela DGEG, para esclarecimento do público.
A Memória Descritiva é tão pro-forma e tão sucinta que nem menciona o valor total do espaço solicitado. Pelo anúncio da DGEG, sabemos que são 500 km2.
A Câmara Municipal de Serpa foi a única a pronunciar-se e pede levantamentos para “prospeções arqueológicas prévias para delimitação da área de dispersão dos vestígios indicados”.
Também a Direção Regional de Cultura do Alentejo condiciona a prospeção “à realização prévia de trabalhos de prospecção arqueológica nas zonas que impliquem a mobilização de solos ou recolha de amostras”.
Verdadeiramente novo é o parecer da DGEG/Direção de Serviços de Recursos Hidrogeológicos e Geotérmicos – que valeu pequenas áreas de exclusão! A argumentação é muito interessante e escuda-se na legislação. Pena é que não alerte para os perigos de contaminação em toda a rede hídrica, pelo menos a montante:
O LNEG argumenta falta de informações naquilo que lhe foi apresentado. Mas depois vem dizer que lhe foram entregues elementos adicionais e que fica tudo bem. Não temos de saber mais, na consulta pública, só o que consta nos documentos pouco explícitos.
O ICNF – autoridade nacional para a conservação da natureza e biodiversidade e autoridade florestal nacional – nada diz…
O documentos podem ser consultados em Pedido de atribuição de direitos de prospeção e pesquisa - Moura - Ficalho 2 (participa.pt)
A consulta pública está aberta até 4 de novembro de 2024.