Nunca é demais repetir: a prospeção e pesquisa que a empresa Novum Resources

(alguém conhece? No entanto, a lei exige que confirmemos a idoneidade…)

só tem um fim, que é alimentar um projeto de exploração.

Em minas a céu aberto.

E deixando ao ar livre todos os minérios que não tenham valor comercial imediato, em escombreiras (monturos gigantes) e charcas de lamas tóxicas, ativas por aquilo que a ciência considera ser “para todo o sempre”, até ao fim dos dias.

A Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), teve o cuidado de exigir a introdução de zonas de Exceção de Atuação, nos locais assinalados pelos seus serviços de Geotermia. Porque não fez o mesmo com outras áreas de proteção legal?

E se os cidadãos lhe perguntarem quando vão ter intervenções nos seus terrenos, vai dizer que não tem nada a ver com isso? É que não é exigido um plano de trabalhos à empresa: locais de perfuração, percursos a utilizar, tempos de intervenção em cada local. Quer dizer, apoia-se a comodidade da empresa, que, em 500 km2, põe habitantes, trabalhadores, negócios, habitats, um número indeterminado de dias (anos!), à mercê da navegação à vista de uma organização de trabalho invasiva.

E que contrapartida dá o Estado aos cidadãos? “Digam se concordam ou discordam (se souberem e perceberem do que se trata, sem que ninguém faça nada por esclarecer previamente)”!

Esse minúsculo máximo de “apoio” estatal passa por um formulário, que os mais esclarecidos terão de preencher. É tão pouco elementar que dói pedir aos vizinhos e conhecidos para se darem ao esforço. A Quimera do Ouro apresenta aqui um passo-a-passo. Porque, se isto passa sem vozes discordantes, vamos ter problemas muito sérios, num futuro próximo.

 

 

No polígono do pedido “Moura-Ficalho”, (os tais 500 km2), há 238 sítios arqueológicos classificados ou em classificação, muito disseminados na paisagem. De recordar que grande parte destes monumentos só ganham sentido na relação espacial que têm uns com os outros, pelo que há linhas visuais que não podem ser cortadas sem pôr em causa a leitura do próprio monumento.

Há 35 imóveis classificados ou em classificação, vários dos quais na vila de Moura. Não é um perímetro de 1 quilómetro à volta de povoamentos que os pode proteger. São edificações sensíveis a poluição do ar, chuvas ácidas e trepidação de explosões ao longo de falhas de terreno.

As Águas de Moura e as Termas de Pisões não ficam protegidas com as exceções criadas nas imediações dos lugares de uso e captação. Se, a montante, houver fatores de poluição, evidentemente que ficarão irremediavelmente perdidas.

Para além disso, há habitats e espécies protegidas, zonas de RAN e de REN, a envolvência do Alqueva e até uma Zona de Especial Conservação Moura/Barrancos, inserida na Rede Natura 2000.

Porque é que nada disso é imediatamente excluído do pedido?

Não são áreas insignificantes e até, talvez, como aconteceu com Alcácer do Sal, se evitasse à partida uma série de inconvenientes e sobressaltos para todos os envolvidos.

 

ZONA ESPECIAL DE CONSERVAÇÃO MOURA/BARRANCOS (Rede Natura 2000)

 

 

ZONA DE PROTECÇÃO ESPECIAL MOURÃO/MOURA/BARRANCOS

 

Proteção de Recursos Hídricos

 

 

 

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